Archive by Author

A Maior Flor do Mundo

26 Jan

Texto colectivo elaborado pela minha turma do 7º ano (a partir do conto de José Saramago).

 A Maior Flor do Mundo

 

Era uma vez um rapaz chamado Job. Ele era loiro como o trigo, franzino e frágil como uma flor, porém, activo, aventureiro e simpático. Vivia numa cidade com poucos espaços verdes, só a sua casa tinha um verdejante e fresco jardim.

Certo dia, o menino foi com o seu pai dar um passeio de carro. Pararam no cimo de um monte para apreciar a paisagem.

Job saiu do carro e avistou um pequeno e gordo escaravelho. Resolveu segui-lo. O pai, enquanto o rapaz se deliciava com o bicho acrobata, aproveitou para arrancar uma pequenina e verde árvore que se encontrava naquele local. O que o pai não sabia era que essa árvore dava sombra a uma flor de rara beleza.

Já muito afastado do carro, o garoto continuava a divertir-se com o escaravelho. Lá o conseguiu apanhar, no meio de tantos saltos e acrobacias. No momento em que estava a chegar ao pé do pai, o bicho saltou-lhe da mão e, assustado, escondeu-se atrás da flor. Job, olhando-a fixamente, achou-a deslumbrante, contudo entristecida.

Preparava-se para agarrar novamente o malandreco do insecto, quando ouviu a voz do pai que o chamava, depois de ter colocado a árvore no banco traseiro do automóvel. Chegados à cidade, tratou logo de guardar o escaravelho numa caixa de sapatos, onde fez alguns buracos.

Uns dias depois, numa bela manhã de sábado, estava Job no jardim a brincar com a sua caixa, abrindo-a e fechando-a. Nesse instante, o pai chamou-o para almoçar e o menino correu até à cozinha, esquecendo-se da caixa aberta. De regresso à brincadeira, Job deu conta que o seu bicho de estimação fugira. Sem pensar duas vezes, resolveu ir procurá-lo onde o tinha encontrado.

Para chegar ao cimo do monte, o rapaz atravessou a cidade, passou pelo rio Cigarra e caminhou por entre as árvores da Floresta do Circo. Já próximo do Monte Perdido, muito cansado, esteve quase a desistir da sua caminhada, mas ainda arranjou forças para alcançar o cume. Chegou lá acima completamente exausto! Sentou-se numa rocha e descansou durante alguns minutos. Foi então que a viu. Iluminada pelo Sol, mas murcha, lá estava ela, sozinha, a flor de rara beleza!

O menino, ao presenciar aquela triste realidade, ficou destroçado. Emocionou-se e não conseguiu conter a sua tristeza. As lágrimas brotaram do seu coração e começaram a cair sobre a flor. Job ficou assim durante horas. Tanto tempo que acabou por adormecer.

Acordou com as estrelas a quererem nascer. Olhou para o céu e qual não foi o seu espanto quando viu a flor, enorme, curvada como se o estivesse a proteger. Ficou ainda mais estupefacto quando esta lhe perguntou:

– Já acordaste?

Antes de conseguir reagir, ouviu a voz do escaravelho:

– Grande dorminhoco!

Cada vez mais baralhado, o miúdo gaguejou:

– Vocês conseguem faalaar?! E conhecem-se?

E a flor respondeu-lhe com um agradecimento:

– Muito obrigada por me fazeres renascer! Devo-te a vida! Não te assustes, os habitantes do Monte Perdido falam, mas tens de prometer que não vais contar nada a ninguém.

– A flor é uma amiga de longa data – esclareceu o escaravelho.

– Já percebi tudo. Está prometido! – respondeu o rapazinho.

E naquele fim de tarde, com o coração cheio de paz, a criança regressou à cidade, deixando no monte os seus novos amigos.

Radio

19 Dez

Radio, nome original, é um filme de 2003 de Michael Tollin, baseado em factos reais, que denuncia a exclusão social. Radio, personagem principal, é um jovem que mal consegue falar no início da história. Mas com a confiança e o apoio  demonstrados pelo técnico/professor Jones, torna-se uma pessoa muito mais comunicativa. Uma óptima escolha para este Natal!

Feliz Natal e boas leituras!

18 Dez

As autoras deste blogue desejam a todos os visitantes um feliz Natal e um óptimo 2011!

Boas leituras!

Há desenhos de Natal para colorir na Página das Artes.

José Saramago – O Viajante nas Caldas da Rainha

16 Nov

José Saramago (1922-2010) completaria hoje 88 anos.

O escritor nasceu em Azinhaga, concelho da Golegã, no dia 16 de Novembro, e faleceu no dia 18 de Junho de 2010, em Tías, Lanzarote.

 

“De manhã, nas Caldas, vai-se ao mercado. O viajante foi, mas não fez compras. O mercado das Caldas é para avios domésticos, não tem mais pitoresco do que isso. Em grande engano caem os turistas que indo de passagem vêem o magote de vendedores e compradores, tão ao natural, e irrompem excitadíssimos, enristando máquinas fotográficas, à procura do ângulo raro e do raro espécime que lhe enriquecerá a colecção. Em geral, o turista fica frustrado. Para ver comprar e vender não precisava vir tão longe.

 

Onde se está bem, é no jardim. Ao mesmo tempo íntimo e desafogado, o jardim das Caldas da Rainha é, para usar o nariz-de-cera, um lugar aprazível. O viajante senta-se por aqueles bancos, divaga ao longo das áleas, vai vendo as estátuas, naturalistas por via de regra, mas algumas de boa factura, e depois entra no museu. (…)

 

Também nas Caldas  da Rainha se deverão ver as cerâmicas. O viajante confessa que tem um sério amor por estes barros, e tão aberto que precisa de vigiar-se para não cair em tolerâncias universais.  Não se toma por entendido na matéria, mas é familiar da D. Maria dos Cacos, do Manuel Mafra, dos Alves Cunhas, dos Elias, do Bordalo Pinheiro,  do Costa Mota Sobrinho, para não falar de anónimos fabricantes que não punham marca nas suas peças e tantas vezes  as modelavam magníficas. Se o viajante começa a falar de louças das Caldas, há risco de levar o dia todo: cale-se pois, e siga viagem.

 

Não vai já, porque primeiro ainda há-de apreciar a Igreja de Nossa Senhora do Pópulo, classificada de pré-manuelina por quem destas coisas sabe, ainda que fosse muito mais interessante para o viajante saber como a estariam classificando os arquitectos dela em 1485, data da fundação, dez anos antes de ser aclamado rei D. Manuel. (…)”

José Saramago, in Viagem a Portugal 

Dia Nacional da Língua Gestual

15 Nov

Assinala-se hoje o Dia Nacional da Língua Gestual.

De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) apurados através dos Censos de 2001, existem em Portugal mais de 84 mil pessoas com deficiências auditivas, nomeadamente crianças, que a maior parte das vezes se deparam com inúmeros obstáculos de aprendizagem, sobretudo porque a grande maioria dos professores não tem formação em língua gestual. Foi também a pensar neles que Ana Bela Baltazar, intérprete de língua gestual desde 1994, decidiu elaborar o primeiro Dicionário de Língua Gestual Portuguesa, editado recentemente pela Porto Editora.

 

“O projeto foi pensado e direcionado para a comunidade ouvinte, que quer aprender os movimentos da língua gestual, mas também para a comunidade surda que tem muitas dificuldades no que à interpretação da língua portuguesa diz respeito. Por vezes, a explicação que está escrita nos dicionários não é totalmente clara para um surdo.  Neste dicionário isso não sucede, porque a explicação é acompanhada de uma imagem em língua gestual”, esclarece a autora, que, depois de ter trabalhado alguns anos no ensino, se apercebeu que “a maior parte dos professores não tem formação em língua gestual, pelo que ao ensinar uma criança surda encontra grandes dificuldades, sendo que também eles beneficiam com a publicação deste dicionário”. 

Mas desengane-se quem pensa que aprender esta língua é fácil. A cantora e intérprete de língua gestual Paula Teixeira relembra que quando começou a aprender língua gestual pensou várias vezes em desistir ” porque não é fácil, existem muitos gestos e a língua está sempre em constante evolução. Se não tivermos com quem praticar torna-se complicado”.

Uma ideia partilhada por Ana Bela Baltazar, que acrescenta “tal como qualquer outra língua, esta não é uma língua fácil de se aprender e requer talvez um pouco mais de prática para se dominar correta e fluentemente. Por vezes, é complicado conseguir ficar a falar a língua gestual apenas com um curso rápido, são necessários alguns anos de aprendizagem, sendo que também é importante reunir algumas características específicas de expressividade, não só ao nível das mãos, mas também do próprio corpo”.

Por norma os cursos de língua gestual são ministrados nas várias valências da Associação Portuguesa de Surdos existentes no país, sendo que existem cursos específicos de iniciação que permitem às pessoas interessadas perceberem se têm ou não apetência para aprender esta língua. M. J. F.

Jornal Dica da Semana, semana de 18 de Novembro de 2010 (distribuição gratuita)

 

Anagrama

14 Nov

Anagrama

Palavra ou frase construída a partir da transposição de letras que fazem parte de uma outra palavra ou frase, apresentando um novo sentido. Camões usou o nome Natércia como anagrama de Dona Catarina de Ataíde.

(Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea – Academia das Ciências de Lisboa)

 

  • Roma, amor, ramo, romã, oram …
  • Célia, Alice
  • Pedro, poder
  • prato, tropa, trapo, rapto, porta, parto…
  • amora, aroma
  • vida, diva
  • Ricardo, criador
  • Caterina (séc. XVI), Natércia

Iracema, anagrama de América,  é o título de um dos mais conhecidos romances de José de Alencar.

Boas Ideias…

10 Nov

Recebi, através de uma colega, a ideia que se segue:

Tampas de Garrafas  
Podemos aproveitá-las para fechar sacos e torná-los herméticos. Uma ideia ecológica que contribui para a preservação do planeta.
 

Corta a garrafa,  mantendo o gargalo e a parte superior. Insere o saco de plástico no gargalo e gira a tampa para fechar. Muito fácil!

O Flamingo da Asa Quebrada e Outras Histórias

6 Nov

O livro O Flamingo da Asa Quebrada e Outras Histórias, de Augusto Carlos, é para todas as idades.

A obra é constituída por seis histórias: Dona Flor do Beirado, O Menino que Falava com a Natureza, Não Quero Ser Escravo, O Flamingo da Asa Quebrada, Terceira Visão e Uma Casa Confundida.

Estes contos abordam temas como a protecção do ambiente, a atitude do ser humano em relação à Natureza, a vida agitada dos nossos dias, a falta de tempo para a família…

A história que dá nome ao livro tem como figura central um flamingo que vive num lugar paradisíaco, mas que é muito infeliz. Querem saber porquê? 

No ano lectivo anterior, Augusto Carlos visitou a nossa escola e conversou com muitos alunos, o que permitiu abordar alguns dos temas presentes nas suas obras. Para mais informações visitem o sítio do autor. O livro integra o PNL.

 

Acróstico

2 Nov

Um acróstico é uma composição poética em que as letras iniciais, médias ou finais dos versos formam nomes.

Observa o exemplo que se segue, relativo aos amores de Pedro e Inês.

(Blogue amor-e-terno.blogspot.com)

 

Tens vários acrósticos para fazer aqui.

Deixo-te também um outro desafio: construir um acróstico a partir da palavra imaginação.  Queres tentar?

Redundância, Tautologia, Pleonasmo

1 Nov

A redundância é um conceito amplo relacionado com o excesso de palavras. Usa-se a expressão redundância de estilo em relação a um texto, autor ou estilo de uma época, quando há abuso de “enfeites” no discurso.

 

A tautologia, em relação à Estilística, é um vício de linguagem que consiste na repetição da mesma ideia por palavras diferentes (longas explanações orais ou escritas).

 

O pleonasmo é também uma forma de redundância com repetição de ideias ou palavras com o mesmo sentido. Revela-se frequentemente em pequenas construções frásicas. Há pleonasmos evitáveis, como avançar para a frenteentrar para dentro e descer para baixo. No entanto, também os há expressivos e estilísticos (Eu digo-te isto só a ti; Ó mar salgado…).

Neste vídeo podem encontrar outros exemplos.